segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Contracena


Palavras impróprias são as que eu queria dizer agora. Certas regras de respeitabilidade, no entanto, me impedem de dizê-las. Nada contra uma baixariazinha. Eu mesma me senti compelida a mandar dois ou três a merda. Tolhi-me pela prévia noção do ridículo.   

O exercício da maledicência pode não necessariamente ser oral, expresso por palavras de baixo calão. Ter aguçado minha visão sobre tudo o que passamos é mais saboroso do que te mandar a merda.

Nunca vi linhas tão mal escritas, nem personagens tão caricatos. Fomos o nosso pior pesadelo: personagens de segunda. Metidos até o pescoço em clichês e movimentações baratas de filmes de ação. Pretensiosos, queríamos ter saído de Kaufman, Bergman até Allen – um roteiro bem acabado faria jus nas nossas mentes.

A direção tava péssima – podemos alegar – a fotografia não ajudou e a trilha não criou o clima que deveria... Tantas desculpas para o nosso descompasso. Espero que, ao menos, isso tenha sido visceral para você.

5 comentários:

J.Q. disse...

Eu queria a frase ou comentário perfeito para me sentir a altura de sua literatura. Não estou inteligente hoje, mas compartilho sentimentos.
Foda, mas parece que é pedir demais que um amor venha acompanhado de boa literatura, humor e trilha perfeita.
Por isso que eu só deixo meu coração e a alma do meu corpo em suas mãos. Mesmo que não tenha sexo envolvido. Ainda.

Soren Boreas disse...

Olá, Garota do Instante!

É interessante ver como seus textos vão ficando melhores. Como vão me parecendo, a cada momento, mais unitários que você. Aliás, o desgosto que aflora neles (que a minha leitura, pelo menos, evidencia) enxovalha com orgulho os desgostos passageiros de canto de quarto.

Confesso: li esse texto com um ínfimo sorriso em um dos cantos da boca. O esforço do texto por se parecer sincero consigo é tão evidente quanto válido. Claro que isso, à parte, não tem nada de coerentemente sincero com qualquer outra coisa sequer que seja.

Entenda: isso não é crítica destrutiva. Você acerta quando acha que falhou. Aliás, a falência do talento é a vitória do esforço. A vitória do esforço é um degrau ganho de uma humanidade que sequer sonhamos ter.

Grande beijo e boa sorte na sua contínua caminhada literária.

Li. disse...

Queremos mais textos!

Unknown disse...

Onde estão os instantes? Não os perca, garota. Ou perca-os para logo depois achá-los. E trazê-los para nós. Aqui aguardamos.

Bia Prado disse...

Ai... Lindo.
Escreva mais, por favor.
Bj